Diretor de Relações Internacionais da Federação Única dos Petroleiros (FUP), João Antônio de Moraes criticou a atual gestão da Petrobras. Segundo ele, o corte de gasto empreendido pela estatal compromete a economia brasileira.
"[A redução de investimentos na Petrobras] significa mergulhar o Brasil numa recessão", afirmou o representante da categoria, em greve desde 7 de novembro.
De acordo com o diretor da FUP, a empresa pretende vender até R$ 200 bilhões de ativos e reduzir os investimentos em até R$ 500 bilhões. Para ele, o "problema da Petrobras não é a Lava Jato", e sim o corte de gasto na estatal. Mesmo afirmando que irregularidades na companhia devessem ser apuradas, ele defendeu a influência política na empresa. "Não somos contra indicações políticas na empresa. Esse não é um problema", afirmou. "O problema é o financiamento privado."
A Polícia Militar calculou em 5 mil juntando todos os manifestantes. A União Brasileira de Estudantes Secundaristas (Ubes) fala em 10 mil o número só de alunos participando do ato. O grupo partiu do Parque da Cidade e seguiu em direção ao Museu Nacional, onde encontrou representantes da CUT e do MST.
A estudante Beatriz Freitas faz parte do grupo que saiu caminhando do Parque da Cidade. Cansada, ela resolveu parar na frente do Ministério do Planejamento. "Andei bastante. Agora estamos dando uma pausa", disse a garota, que ainda insistia em marchar até o Congresso.
A presidente da Ubes, Barbara Melo, de 20 anos, diz que estudantes de todos país devem sair de casa para reivindicar direitos. Segundo ela, Cunha deve ser retirado imediatamente da Câmara dos Deputados.
"Foi comprovada publicamente a corrução dele. Ele tira todos os direitos dos estudantes e da mulher. Somos contra o reajuste fiscal, precisamos de mais investimento nas escolas públicas que são precárias", afirmou.
O grupo usou carros de som e faixas para reforçar as mensagens do protesto. Organizador de um grupo de juventude, Otávio Mancuso saiu de São Paulo especialmente para a marcha.
"Eduardo Cunha representa o que tem de mais podre na nossa política. Tanto o governo e a oposição tentaram fazer acordo com ele", afirmou. "Isso mostra como é nosso parlamento hoje."
Para a estudante baiana Rose Nascimento, de 22 anos, a educação pública do país é falida e tem problemas graves estruturais. "Queremos a reformulação do ensino médio. A didática implementada atualmente não funciona. Os alunos não conseguem estudar e não aprendem. Os professores também não são respeitados, tudo precisa ser mudado."
Os estudantes Raquel Gonçalves e John David Castro, ambos de 17 anos, também pedem a implantação do passe livre no transporte público. Eles disseram ainda que a "corrupção dos políticos favorece diretamente nos rombos educação da pública do país."
"Os estudantes são o futuro do país. Infelizmente o Brasil é atrasado e não consegue valorizar os alunos. Temos o direito de andar de graça nos ônibus e metrôs das cidades. Além disso, as escolas funcionam como se estivessem no século XIX. Ela deve ser atualizada e reformada", disse Raquel.
Mais cedo, militantes do MST e de outras entidades trabalhadoras e estudantis protestaram em frente ao Ministério de Minas e Energia, também para pedir a saída de Cunha. Eles disseram ainda apoiar a Petrobras e serem contra o ajuste fiscal. Não houve invasão, e a entrada de servidores não foi barrada.
Investigação
Em outubro, o Superior Tribunal Federal autorizou o Ministério Público a investigar suposto envolvimento do presidente da Câmara dos Deputados em esquema de corrupção e lavagem de dinheiro passiva. A ação faz parte da Operação Lava-Jato.
O pedido foi feito pelo procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, depois que o Ministério Público da Suíça enviou à PGR documentos que indicam a existência de quatro contas no país atribuídas ao deputado.
Em entrevista exclusiva à Rede Globo no último dia 6, Cunha reafirmou que não teria contas bancárias, nem é proprietário, acionista ou cotista de empresas no exterior. Contudo, se declarou “usufrutário” de ativos mantidos na Suíça, não declarados à Receita Federal e ao Banco Central, porque seriam recursos obtidos no exterior “de origem antiga”.
Na quinta-feira (12), o G1 teve acesso aos extratos de uma das contas do presidente da Câmara na Suíça, que contradizem sua versão. Os documentos mostram que o peemedebista movimentou cerca de 1,3 milhão de francos suíços (US$ 1,3 milhão) em 2014, pouco antes de encerrar a conta.
Cunha também responde a processo na Comissão de Ética da Câmara dos Deputados por suposta quebra de decoro parlamentar. Em março deste ano, o presidente da Casa afirmou em depoimento à CPI da Petrobras que não teria contas no exterior.
Desde que chegou à presidência, em fevereiro deste ano, o deputado tomou medidas polêmicas. Uma delas é o projeto de lei que modifica o atendimento às vítimas de violência sexual, exigindo a obrigatoriedade de exame de corpo delito e registro de ocorrência. Além disso, o projeto, aprovado em outubro na Comissão de Constituição e Justiça, também criminaliza a propaganda, o fornecimento e a indução ao aborto e métodos abortivos.Fonte/G1.com
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